Vista da praça de Michelangelo, Florença. |
Para uma Arquiteta recém formada que tanto estudou e viu Roma em papéis, imagens, apresentações em salas de aula, enxergar tudo aquilo de pé, erguido, em sua frente, ao vivo e a cores, não tem preço. Pura história viva!
Cerca de 70% de todo o patrimônio histórico da Humanidade está na Itália. Claro que ao observar toda essa história, ver como Roma está hoje e como eles preservam esse patrimônio, foi inevitável a comparação com Brasil, em todos os aspectos.
Aqui a moradia predominante são blocos de apartamentos de no máximo 7 andares, com diversas plantas baixas (desenho arquitetônico que dimensiona o apartamento). Isso se vê desde o centro da cidade até as zonas mais distantes, porém, no centro os prédios são bem mais antigos e um pouco menores. Com o crescimento da cidade os novos prédios já ganharam mais espaço e altura. Diferentemente do Brasil, aqui casas residenciais unifamiliares (pertencente a uma única família) são apenas para pessoas muito abastadas, essas casas são vistam em sua maioria nas montanhas ou campos, longe do centro da cidade.
Passeando pelas ruas você consegue perceber que muitas ainda são de pedra, estreitas mas bem sinalizadas. Percebe-se a preocupação com a acessibilidade nas calçadas, no transporte público (que é bem mais eficiente que o do Brasil), em restaurantes, bares, museus, etc. Talvez essa preocupação se dê pelo fato de que a grande maioria da população local é idosa. Apenas as edificações mais antigas não possuem tanta acessibilidade.
A cidade em si é muito bem segmentada. Você consegue ir a pé ao bar comer um panino, dar uns 20 passos e encontrar um sorveteria, mais 20 passos um Pub, uma cafeteria, uma loja de sapatos, etc. A cultura de "shopping center" aqui não é muito bem difundida como é no Brasil. Apenas alguns pequenos centros comerciais, as demais são boutiques de rua.
Após 4 dias de peregrinação por Roma, tomei o trem para o destino final, Florença. Foram quase 2 horas de viagem, onde pude observar grandes campos verdes, um mar de girassóis, lindas paisagens montanhosas. E de Florença, eu só tenho elogios, é uma pequena cidade cheia de charme, cheia de Arte, majestosa, simples, pura em seu jeito artesanal de fazer as coisas. Foi eleita uma das 10 cidades mais belas do mundo e a melhor para se viver.
Claro que ao chegar eu logo percebi o quanto ela é mais fria que Roma, com um inverno abaixo de zero. Acabei ficando muitos dias em casa, fugindo do frio e nem mesmo assim escapei de um resfriado. Conheci bem mais de Florença após o mês de junho, quando se iniciou o verão e eu pude me deliciar no prazer de tomar um gelato, passear pelos parques, tomar um sol deitada na grama. Visitar os pequenos museus que guardam grandes preciosidades como a estátua de David esculpida por Michelangelo.
Viver em Florença e respirar arte por todos os cantos é bastante inspirador. Uma cidade tranquila que tem sua vida noturna movimentada, nem o inverno impede que os jovens saiam, se encontrem nas praças e Pubs da cidade, tomando um vinho e conversando bastante. A diversidade cultural daqui é vista nas ruas, pelo grande número de turistas vindos de todos os cantos do mundo. Você ouve conversas em inglês, italiano, francês, espanhol, português, chinês, esbarra com alguém e não sabe se pede: Sorry! Scusi! Pardon! Desculpe!
É uma troca cultural de muito valor. Minha intenção é poder me aprofundar mais em conhecimento aqui na minha profissão e desfrutar de toda essa qualidade de vida que Florença me oferece.
Prometo escrever mais constantemente contando mais curiosidades dessa minha estada por aqui.
Un gran Bacio!!
Ciao Belli. Arrivederci!
Liana